14 - A CARAVANA




O alegríssimo Pote depressa organizou a nossa caravana para a cidade do Senhor. Um macho levava as bagagens; o arrieiro árabe, embrulhado num farrapo azul, era tão airoso e lindo que eu, irresistivelmente e sem cessar, procurava o negro afago do seu olhar de veludo; e, por luxo oriental, como escolta, seguia-nos um beduíno, velho, catarroso, com o albornoz de lã de camelo listrado de cinzento, e uma forte lança ferrugenta toda enfeitada de borlas.
Guardei num alforje, desveladamente, o embrulhinho mimoso da camisinha de Mary; depois, já na sela, alongados os loros do pernudo Topsius, o festivo Pote, floreando o chicote, lançou o antigo grito das Cruzadas e de Ricardo-Coração-de-Leão - Avante, a Jerusalém; Deus o quer! E a trote, com os charutos em brasa, saímos de Jafa pela porta do Mercado - à hora em que suavemente tocava a vésperas no Hospício dos Padres Latinos.


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