POTE
Quando me voltei, Topsius, à sombra do seu guarda-sol, conversava com o homem prestante, que foi nosso guia através das terras da Escritura. Era moço, moreno, espigado, com longos bigodes esvoaçando ao vento; usava jaqueta de veludilho e botas brancas de montar; as coronhas prateadas de duas pistolas, emergindo de uma faixa de lã negra, armavam-lhe heroicamente o peito forte; e trazia amarrado na cabeça, com as pontas e as franjas atiradas para trás, um lenço rutilante de seda amarela. O seu nome era Paulo Pote; a sua pátria o Montenegro; e toda a costa da Síria o conhecia pelo alegre Pote. Jesus, que alegre matalote! A alegria faiscava-lhe na pupila azul-clara; a alegria cantava-lhe nos dentes incomparáveis; a alegria estremecia-lhe nas mãos buliçosas; a alegria ressoava-lhe no bater dos tacões. Desde Áscalon até aos bazares de Damasco, desde o Carmelo até aos pomares de Engada - ele era o alegre Pote.
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