19 - A BELA CIRCASSIANA


Então, uma portinha branca, sumida no muro caiado, rangeu a um canto, de leve; e uma figura entrou, velada, vaga, vaporosa. Amplos calções turcos de seda carmesim tufavam com languidez, desde a sua cinta ondeante até aos tornozelos, onde franziam, fixos por uma liga de ouro; os seus pezinhos mal pousavam, alvos e alados, nos chinelos de marroquim amarelo; e através do véu de gaze que lhe enrodilhava a cabeça, o peito e os braços - brilhavam recamos de ouro, centelhas de jóias, e as duas estrelas negras dos seus olhos. Espreguicei-me, túmido de desejo.
Por trás dela Fatmé, com a ponta dos dedos, ergueu-lhe o véu devagar, devagar e dentre a nuvem de gaze surgiu um carão cor de gesso, escaveirado e narigudo, com um olho vesgo, e dentes podres que negrejavam no langor néscio do sorriso...

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