30 - A TRAIÇÃO DO ALPEDRINHA (a corrigir)


E, com um suspiro, (Alpedrinha) atroou o Hotel de Josafate. Perante este ai, repassado de tormento e de paixão, relampejou-me na alma uma suspeita abominável.
- Alpedrinha, tu suspiraste! Aqui há perfídia, Alpedrinha!


Ele baixou a fronte tão contritamente que o turbante lasso rolou nos ladrilhos. E antes que ele o levantasse já eu lhe empolgara com sanha o braço mole.
- Alpedrinha, escarra a verdade! A Maricoquinhas, hem? Também petiscaste?
A minha face barbuda chamejava... Mas Alpedrinha era meridional, das nossas terras palreiras da vanglória e do vinho. O medo cedeu à vaidade, e revirando para mim o bugalho branco do olho:
- Também petisquei!


Sacudi-lhe o braço para longe, cheio de furor e de nojo. Também aquela - com aquele! Oh, a Terra! A Terra! Que é ela se não um montão de cousas podres, rolando pelos céus com basófias de astro?
- E dize lá, Alpedrinha, dize lá, também te deu uma camisa?
- A mim um chambrezinho...

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